Tecnologia para multiplicar alimentos

Entre os atrativos do Show Rural Coopavel, no Paraná, estão sementes com potencial para dobrar a produção de soja e milho
Por: Marcos Graciani / Redação de AMANHÃ

As preocupações ligadas ao cenário de apreensão na economia ficaram do lado de fora da porteira. Dentro do Show Rural Coopavel, o ritmo dos negócios está surpreendendo Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (PR), empresa que dá nome à feira. O evento, que começou na segunda-feira (09) e termina na próxima sexta (13), deverá receber a visita de 160 mil pessoas - 15% a mais do que o esperado. A postura dos agricultores paranaenses tem surpreendido Grolli. "Eles sabem que o estoque de alimentos no mundo está baixo e se sentem como parte da solução para este problema", explica. Essa percepção, diz ele, fica mais evidente quando o assunto é tecnologia - o maior atrativo do Show Rural, que em 2009 chega à sua vigésima edição.
Aliás, no campo tecnológico há muitas, e boas, novidades. Empresas de pesquisa nacionais e multinacionais estão aproveitando o encontro para apresentar novas espécies de sementes, especialmente de soja e de milho. O destaque fica por conta dos aumentos de produtividade: enquanto a média brasileira da lavoura de soja fica ao redor de 3 toneladas por hectare, as novas culturas podem aumentar esta produtividade em pelo menos 60%. O caso do milho é ainda mais surpreendente. Em média, o produtor paranaense colhe 7 toneladas por hectare, índice que poderá ser dobrado com a utilização das novas sementes.
Para investir em tecnologia, no entanto, é preciso crédito. Mesmo ante a possibilidade de que a crise econômica global reduza a oferta de financiamentos aos agricultores, o presidente da Coopavel não se mostra preocupado. Segundo Grolli, os cooperados estão conseguindo obter facilmente crédito junto aos bancos oficiais, como Banco do Brasil, por exemplo.
Também conta a favor dos paranaenses o fato de que 86% das propriedades rurais do Estado pertencem a pequenos agricultores. Justamente por serem pequenos, estes produtores rurais costumam diversificar a produção (investindo também em pecuária, em muitos casos). Por isso, ficam menos propensos a perdas em função de quebras de safra.